18 de jun. de 2019

Ler dá trabalho?


De vez em quando, me perguntam o que eu faço para ler tanto. Longe de me considerar um leitor voraz, sempre que possível, compartilho algumas dicas para ajudar os interessados a resgatarem ou fortalecerem o hábito da leitura que, muitas vezes, é sufocado por conta da corrida diária com trabalho, estudo e até mesmo com o entretenimento (e aqui entra o celular).

A título de curiosidade, eu defino uma meta de leitura anual e, em 2019, ela é de 28 livros. Desses, até o momento, eu li 10 e estou lendo, simultaneamente, outros 05. Acho que preciso correr um pouco para bater a meta (risos)!

Como ler mais?

Um jeito bacana é começar devagar, por exemplo, lendo um livro por mês, preferencialmente, de tamanho pequeno e leitura leve, até pegar algum ritmo. Assim, será mais fácil alcançar resultados visíveis e o efeito da meta alcançada injetará ânimo para arriscar leituras maiores e mais densas.

É importante sempre carregar um livro para onde for. Os 15 minutos diários que você lê no ônibus, na sala de espera ou em filas, já são suficientes para concluir, em poucas semanas, um livro pequeno de um pouco mais de 200 páginas. Deixe o livro que você está lendo sempre à vista, assim, quando surgir uma oportunidade, você lembrará de ler mais um pouco.

Compartilhe o seu progresso de leitura com pessoas do seu convívio, pois esse compromisso público também é motivador. Outra ideia é contar com alguém para leituras conjuntas.  Eu tenho um amigo de caminhada literária e, nesse momento, estamos lendo alguns clássicos (começamos com o livro Laranja Mecânica do Anthony Burgess). Fazemos a nossa leitura individual de uma parte do livro (eu aqui e ele do outro lado do país) e, depois, compartilhamos algumas impressões. Um viva para a facilidade proporcionada pela internet!

Existem diversos aplicativos e/ou sites que ajudam na empreitada. Eu uso o Skoob, uma rede social brasileira para leitores, onde é possível listar o que estou lendo, o que já li e o que pretendo ler, formando uma estante virtual. Ele conta com resenhas e avaliações feitas pelos usuários e um paginômetro que totaliza a soma das páginas dos livros marcados como lidos, além de uma média de páginas. É possível cadastrar metas de leituras e registrar históricos parciais de páginas lidas. Para quem é mais competitivo, ainda há um ranking de leitura entre os amigos. A rede possui também a funcionalidade “Plus”, através da qual é possível disponibilizar seus livros para troca (e foi assim que eu conheci o amigo com quem compartilho a leitura).

E as dicas não param por aí... Tenha um cantinho e um horário para ler. Tome uma bebida de preferência nesse momento (eu amo café e é minha bebida favorita para saborear enquanto leio). Tente evitar distrações, principalmente, com o celular. É preciso vencer a tentação de ficar conferindo as notificações a todo instante. Uma forma é usar a técnica Pomodoro, focando em um tempo de leitura, intercalando com pequenas pausas para outras atividades.

E deixo uma última dica que para mim funciona muito: Ler mais de um livro ao mesmo tempo. Isso mesmo! Parece loucura, mas não é. Dessa forma, naqueles dias mais pesados ou tristes, eu não tenho a desculpa para não ler uma obra dramática, por exemplo. Posso optar por algo mais leve e até melhorar o meu humor. É bom termos alternativas!

Tem alguma dica de como ler mais? Compartilhe conosco nos comentários! =)

E quais os benefícios?

A leitura proporciona muitos ganhos para quem desenvolve esse hábito. Ele apura os sentidos,  a subjetividade e a sensibilidade, expande a consciência e a criatividade, aprimora o vocabulário, a compreensão e interpretação de textos e também a escrita.

Eu trabalhei com treinamento em uma empresa e sempre que nos procuravam com demanda de cursos de redação e gramática, eu provocava o solicitante com a pergunta sobre o nível de leitura dele. Creio que, mesmo com capacitação, sem a leitura, a escrita fica pobre.

E ler e escrever bem pode ajudar a garantir uma vaga de trabalho. Uma recente pesquisa feita pela NUBE e noticiada pela ABRH Brasil mostrou que o português é o motivo da reprovação de 50% dos jovens em processos seletivos. 

Ainda, pessoas em contato com a ficção costumam ser mais empáticas e altruístas, pois vivenciam emoções através de personagens. Quem nunca se colocou no lugar do mocinho, do vilão ou mergulhou nas situações da história que está sendo lida? Até as nossas relações sociais são afetadas de forma positiva.

Ler dá trabalho? Eu digo que me dá prazer e me torna um ser humano melhor. Para outras pessoas, além disso, sim, dá trabalho. Algumas até ganham dinheiro com o universo literário!

9 de abr. de 2019

Eu ainda desejo essa sorte!


Circula na internet um texto, atribuído à Fernanda Mello, que sugere uma fórmula para um casamento feliz:

“Case com alguém foda, com quem você possa conversar como melhores amigos, brincar como crianças, se pegar como adolescentes e proteger um ao outro como irmãos e verdadeiros adultos. Que seja sua melhor casa, e ao mesmo tempo, sua maior aventura. Alguém que você admire lá no fundo. Alguém que você olhe, naquele momento cotidiano e pense: cara, que sorte eu tenho na vida!”

Desde quando eu o li pela primeira primeira vez, eu...

...mentalizo nossos altos papos, pois sabemos conversar como melhores amigos, desde sempre.

...imagino a gente brincando feito crianças, para amenizar as durezas da vida real.

...desejo você, mais uma vez e outra vez e de novo.

...tenho vontade de cobrir você com meu senso de proteção, ao mesmo tempo que também me sinto seguro com você ao lado.

...visualizo nossas aventuras por esse mundão e também no nosso sofá, assistindo nossos seriados e filmes prediletos (mesmo quando você dorme).

...me vejo entusiasmado, oferecendo-lhe meu apoio irrestrito para que todos os seus sonhos se tornem realizações.

Toda vez que eu o leio, eu quero materializar você.
Ainda é grande a vontade de gritar para o mundo: que sorte eu tive de encontrar você!

24 de jan. de 2017

Crônica de uma morte anunciada

"No dia em que o matariam, Santiago Nasar levantou às 5h30 da manhã...". Assim começa a história e me pergunto se teria como ser diferente, considerando que sua morte já é anunciada no título do livro. Esses anúncios, aguçam a curiosidade do leitor em explorar o acontecimentos seguintes, para entender o motivo da tragédia, visto que, normalmente, livros do tipo tem a morte como tema central, mas o seu desfecho acontece lá ao final da narrativa.

O texto é baseado em fatos reais e escrito pelo celebrado Gabriel García Márquez (Prêmio Nobel de Literatura em 1981), num formato jornalístico de reconstrução dos fatos, contado por um narrador não onisciente que busca informações, ouvindo os diversos envolvidos e realizando pesquisa documental, para escrever a crônica.  A trama, muito bem construída, monta um quebra-cabeça, cujas peças vão se encaixando aos poucos, através das várias versões do ocorrido, relatadas por aqueles que vivenciaram o último dia de vida de Nasar.

Ao longo da leitura, não temos muitas informações do personagem que será alvo de um assassinato, não sabemos o que passa em sua mente, nem se ele tem consciência do trágico fim que o espera. O que estranha é o fato de que, praticamente, toda a cidade saber que ele morrerá e (quase) nada é feito para impedir o infortúnio. E tem algo de intencional nisso... Será que o(s) assassino(s) queriam mesmo matá-lo?

Podemos traçar um paralelo com a vida real? Sem dúvida! Quantas vezes, em situações cotidianas e por razões diversas, tendemos a ficar à margem, não nos envolvemos, não arriscamos, não nos comprometemos, com receio do que pode vir a acontecer, das possíveis consequências, do aumento de responsabilidade... Ou ainda, quando o senso comum torna alguma situação tão banal, aceita pela maioria, que nada se faz a respeito.  Enfim, é para pensar, lendo, claro, essa obra primorosa.

Esse foi a minha primeira leitura do Gabo, um dos autores latinos americanos mais conhecidos da atualidade. Enfim, comecei a pagar um débito com a literatura! E o próximo livro dele já está aguardando: Do amor e outros demônios. 

Agradeço ao amigo Jhony Marquete pelas conversas sobre o autor e que resultaram, rapidamente, em duas de suas obras em minha estante! Valeu, Jhony! =)


22 de jan. de 2017

A Louca da Casa


Kit de outubro/2016 da TAG: livro, revista literária e brinde.
Quando recebi "A Louca da Casa" de Rosa Montero (o livro veio na minha primeira caixinha da TAG Livros, um clube de assinatura literário), fiquei curioso para saber sobre o que a obra tratava. Diferente do que eu esperava, descobri que o texto faz uma "ode" aos livros, à literatura! A autora diz que "escrever sobre o ofício de escrever é uma espécie de mania obsessiva dos romancistas profissionais". Em resumo, trata-se um primor metaliterário, ou seja, a literatura está no centro temático do livro.

De uma forma leve, bem-humorada e romanceada, Rosa aborda sua paixão pelas palavras. Misturando fatos de sua vida pessoal (reais, aumentados ou inventados, não saberemos) e também curiosidades, elogios e críticas a respeito de grandes autores e obras bastante conhecidas (fruto de uma apurada pesquisa, portanto, passível de verificações), ela discorre sobre o ofício de escrever, em uma linha quase que indivisível entre realidade e imaginação.

Rosa lança uma reflexão muito interessante quando escreveu que "nossa identidade reside na memória, no relato de nossa biografia. Portanto, poderíamos deduzir que os seres humanos são, acima de tudo, romancistas, autores de um romance único cuja escrita dura toda a existência e no qual assumimos o papel de protagonistas. É uma escrita, naturalmente, sem texto físico, mas qualquer narrador profissional sabe que se escreve sobretudo dentro da cabeça. É um runrum criativo que nos acompanha enquanto estamos dirigindo, ou levando o cachorro para passear, ou na cama tentando dormir. A gente escreve o tempo todo". Já se pegou imaginando como seria um livro com a história da sua vida?

Em determinado momento da leitura, me peguei rindo muito quando a autora narra "uma intervenção engraçadíssima e memorável da escritora argentina Graciela Cabal: veio dizer que um leitor tem uma vida muito mais longa que as outras pessoas, porque nunca morre antes de acabar o livro que está lendo". Depois de relatar "uma experiência com seu pai que sempre pedia um livro mais grosso depois de receber a visita médica em seu quarto no hospital", Graciela continua: "É que a morte também é leitora, por isso, recomendo ter sempre algum livro na mão, porque, assim, quando a morte chega e vê o livro, se espicha toda para ver o que você está lendo, como eu faço no ônibus e, então, se distrai".

Nesse momento da leitura, eu comecei a rir sozinho, coincidentemente, dentro de um ônibus! Primeiro, porque sempre tenho um livro comigo e, depois, porque também sempre me espicho para checar e tentar ler um trecho dos livros que as pessoas estão lendo nos ônibus ou locais públicos. É inevitável! E você? Tem carregado algum livro consigo? 

Preparado para descobrir quem é a louca da casa?

1 de fev. de 2014

Tempo é (só) dinheiro?

O mês de janeiro chegou ao fim e muitas pessoas se pegam assustadas com a sensação que de ele passou muito rápido. É comum ouvir a expressão “a virada foi ontem” ou “já estamos em fevereiro”. Há aqueles que se sentem frustrados, pois começam a perceber que muitas das resoluções de ano novo não passam de apenas boas intenções, ou seja, nenhuma ação foi realizada para colocá-las em prática.

É fato que temos a impressão de que o tempo está passando muito rápido. Mas será que os ponteiros do relógio estão realmente andando mais afobados? Ou seria somente uma impressão, em virtude das infinitas possibilidades que nos distraem, das novas formas de acesso à informação, de entretenimento e de interações sociais?

Diante desse cenário, devemos tomar atitudes mais positivas e pró-ativas, pois se deixarmos nossas resoluções de ano novo ou nossos projetos à deriva do barco do acaso, eles serão naufragados pelo cotidiano.  Certa vez, Eugenio Mussak postou em seu perfil no Facebook: “Sem vontade, disciplina e atitude, corremos o risco de desperdiçar os melhores momentos...”. A lendária banda Legião Urbana tem uma música que diz que “todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou, mas tenho muito tempo, temos todo o tempo do mundo”. Portanto, devemos estar atentos e administrar esse tempo, não só para ganhar dinheiro, mas também para buscar realização, equilíbrio de vida e outras coisas que nos são preciosas.

Para não ser perder em coisas circunstanciais, é necessário definir o que é importante, pois não adianta optar pelo outro extremo de querer fazer tudo, pois é possível que você acabará não fazendo (quase) nada. Liste aquilo que é fundamental e defina três ou quatro metas para um período de um ano. Resista à vontade de fazer uma lista grande de coisas e que (talvez) nunca serão realizadas. Depois da escolha dos itens, escreva um plano de ação para cada um deles e defina indicadores para verificar o cumprimento dos planos.

O grande Mário Quintana escreveu sua visão de vida e tempo no poema “O Tempo”:

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Ainda temos muito tempo, neste ano, o suficiente para cultivar as boas lembranças do passado, eternizar instantes do presente e planejar o futuro. Aproveite, pois o tempo passa, inevitavelmente, para todos!

26 de fev. de 2013

200 países, 200 anos, 4 minutos


O professor sueco Hans Rosling já utilizou algumas vezes linguagem visual para apresentar um conjunto de informações de uma forma mais interessante e didática (TED). Dessa vez ele utiliza recursos de animação gráfica e mostra como se deu o desenvolvimento de 200 países durante 200 anos em 4 minutos.

Vi no Youtube.

Tente outra vez


A vida nos apresenta situações de conflitos paradoxais. O “não sei se vou ou se fico” representa bem certos momentos que nos exigem decisão e, mais que isso, atitudes.

Tais atitudes, por vezes, podem  causar desconforto de início, até um pouco de dor, talvez, mas sabemos que, para o futuro, em função até mesmo de decisões e atitudes alheias anteriores, causa motriz (e "mortis") de certos dilemas, será o melhor a fazer.

Preciso é encontrar forças suficientes para enfrentar tamanho desafio. Algo que parece um precipício intransponível, pode ser apenas um pequeno buraco a ser saltado e deixado para trás.

Algumas perdas agora podem revelar grandes ganhos no futuro. É viver e crer para ver.


23 de fev. de 2013

Vida que segue



Fisicamente, ando nas calçadas, onde as pessoas vem e vão.

Metafisicamente, os pensamentos voam, nesta ou naquela direção.

Seja onde e como for,  a riqueza de detalhes, cores, sabores e gostos é assustadoramente grande, muitas opções.

Quais possibilidades avaliar? Quais caminhos trilhar? Quais escolhas fazer? Eis as questões.

Nisso tudo, uma única certeza: é necessário prosseguir.

7 de jun. de 2012

É a vida, é bonita e é bonita...

O Minoru Raphael, autor do blog Minorulândia, postou o texto "100 coisas bonitas" (clique para ler) e, ao final do mesmo, ele pergunta: O que você acha bonito? Resolvi tentar responder. A seguir, algumas possíbilidades de respostas. A lista pode chegar ao infinito...

Bonito é...
... ganhar um beijo doce da mãe na hora de dormir, mesmo sendo você um cavalo velho;
... ver a lua dourada saindo do mar da costa do Espírito Santo e chegar ao céu branquinha;
... entrar em um coletivo pela manhã, saudar o motorista e o trocador e ganhar de volta um sonoro “bom dia”;
... ter a sensação de que o universo parou, ao estar junto com uma pessoa amada;
... atender ao pedido de uma pessoa que trabalha em outro departamento e receber um agradecimento muito especial, mesmo sendo aquela sua atividade;
... pegar uma chuva a caminho de casa e, desprovido de guarda-chuva, aproveitar o banho refrescante;
... sentir cheiro de terra molhada pela chuva, morando uma quase selva de pedra;
... ouvir uma música e lembrar de pessoas e momentos especiais;
... dar pequenos mimos para as pessoas e não esperar nada em troca, apenas para vê-las com um sorriso no rosto;
... conhecer uma pessoa e ter a sensação, de início, que a conhece há anos;
... ter amigos mais chegados do que irmãos;
... receber torpedos com a frase: “amo você daqui à lua, ida e volta” ou “amo mais que chocolate”;
... ouvir de alguém: “lembrei de você”;
... ser considerado um amigo importante e guardar segredos confiados;
... trocas demoradas de olhares;
... ter amigos de verdade, mesmo quando nunca os viu pessoalmente;
... papear gostosamente por horas a fio;
... sentir saudade, mesmo depois de estar com uma pessoa especial;
... escrever uma lista infindável de coisas bonitas.

Como disse o mestre Gonzaguinha: “É a vida, é bonita e é bonita...”. Não devemos ter vergonha de sermos felizes e vivermos a vida, pois ela é bonita!

E você? O que acha bonito? Comente! =)

8 de jun. de 2011

A esperança é uma mentira?

Até que ponto devemos nutrir a esperança sem que ela nos paralise e nos impeça de tomar outro caminho? Será que a esperança é boa apenas quando está fundamentada em probabilidades concretas, ou ela é boa em sim mesma por ser como uma tocha que, antes de apagar, nos permite encontrar um caminho? Há defensores para as ambas alternativas.

Zé Rodrix compôs e Elis Regina imortalizou, em Caso no Campo: “eu quero a esperança de óculos / e um filho de cuca legal / eu quero plantar e colher com a mão…”. O próprio autor confirma que, em sua imaginação, a esperança é como ele: míope. E ele não a quer a não ser que ela use óculos, como ele, para corrigir o equívoco e colocar a realidade no lugar.

Post escrito com um pequeno trecho do livro “Caminhos da Mudança” de Eugenio Mussak. Para informações, clique aqui. Leitura recomendadíssima! =)

7 de mai. de 2011

Morador fecha Rodovia do Contorno de novo

O protesto foi feito por moradores de Flexal 2, que pedem de segurança a quadra de esportes

A Rodovia do Contorno ficou totalmente fechada por quatro horas ontem pela manhã, na altura do bairro Flexal 2, em Cariacica, por conta de um protesto de moradores, que atearam fogo em galhos de árvores e em pneus em pleno asfalto. O congestionamento, de acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), chegou a seis quilômetros em cada sentido.

A população pede, entre outras coisas, o cumprimento das promessas feitas à comunidade como a instalação de passarelas para travessia de pedestres e a abertura na divisão da rodovia. Eles ainda querem uma unidade de saúde no bairro, o calçamento das ruas e mais linhas de ônibus para atender à população. A criação de um campo de futebol está entre as reivindicações.

No meio da fumaça gerada pela qimageueima de galhos e pneus, chamava atenção a figura da moradora Rosilda Moreira, 47 anos, fantasiada do personagem bíblico Moisés, que criou uma espécie de "tábua dos dez mandamentos", com as reivindicações feitas pelos moradores.

À tarde, os manifestantes e reuniram com o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Halpher Luiggi, junto com representantes da Prefeitura de Cariacica para discutir as reivindicações. Halpher prometeu enviar engenheiros ao bairro hoje para iniciarem os estudos de instalação de semáforos e de redutores de velocidade e, para longo prazo, outras melhorias da estrutura da rodovia para trânsito de pedestres.

Vila Velha

Na Rodovia do Sol, moradores da região da Ponta da Fruta interromperam o trânsito no início da noite. Os manifestantes atearam fogo em pneus para bloquear o fluxo no sentido Guarapari-Vila Velha. De acordo com moradores, o protesto é realizado por que várias ruas do bairro continuam alagadas por causa das chuvas que atingiram a Grande Vitória na semana passada.

Fonte: Gazeta Online

Apelar para Moisés foi muito criativo, rs. Confira os mandamentos das duas “tábuas” da D. Rosilda:

I – Construirás posto de saúde e o CRAS. II – Entregarás as escrituras dos terrenos. III – Atentarás para a Rod. do Contorno. IV – Construirás muros de arrimo nas encostas. V – Reformarás o campo do Apolo. VI – Farás um asfalto descente. VII – Trarás mais linhas de ônibus. VIII – Trarás Correios e Internet.  IX – Construirás Escolas de Ensino Médio. X – Não nos farás de PALHAÇO"!

Em viturde das últimas chuvas na Grande Vitória, não vai demorar muito para aparecer algum manifestante na Arca de Noé, rs!

6 de mai. de 2011

Igreja é condenada a indenizar vizinho após vaca morrer de susto

 

Rojões foram usados em inauguração de sede de templo de Santo Daime. Animal teve estresse, abortou e morreu dois dias após o evento.

A Igreja do Céu do Cruzeiro Iluminado, que realiza cultos do Santo Daime em Braço Norte (SC), foi condenada a indenizar o agricultor Ivandro Rodrigues Souza, 43 anos, em R$ 2,8 mil pela morte da vaca que ele criava em seu sítio, vizinho ao estabelecimento religioso. O animal morreu de susto após o estouro de fogos de artifício em um culto do templo, em julho de 2006, de acordo com a decisão da 3ª Câmara de Direito Civil de Santa Catarina, divulgada nesta terça-feira (3). Cabe recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O valor da indenização deve ser corrigido a partir de 31 de maio de 2004, data da compra do animal, acrescido de juros de 1% ao mês até a data da morte do animal. Segundo o agricultor, a vaca estava prenha. "Eu crio gado de corte da raça Guzerá. A vaca estava com um bezerro que seria colocado em minha criação de gado de corte."

No processo, ele afirmou que os responsáveis pela igreja soltaram rojões, que assustaram a vaca. "Ela saiu correndo, pulou uma cerca, quebrou a porteira. Ela estava sadia até este dia, mas acabou abortando dois dias depois e morreu em seguida", disse o agricultor.

O relator do processo, o desembargador substituto Saul Steil, entendeu que os fatos foram efetivamente comprovados, já que representantes da igreja confirmaram ter queimado duas caixas de fogos de artifício naquela ocasião. No texto, Steil destacou, ainda, que o autor demonstrou a posse do animal e que laudos veterinários comprovaram estresse decorrente de susto, sem constatar qualquer doença infectocontagiosa.

Na apelação, os advogados da igreja argumentaram que a instituição é religiosa, filosófica e beneficente, que realiza práticas esotéricas do Santo Daime, com uso de medicina alternativa e preventiva. Os cultos eram realizados quinzenalmente com objetivo de ajudar crianças, toxicômanos, alcoólatras e doentes. Sobre os fogos, os advogados argumentaram que foram usados na inauguração da nova sede da igreja.

O agricultor disse que a igreja não funciona mais no local, que fica a cerca de cinco quilômetros do Centro da cidade. A advogada Gianna Schmidt Siqueira, que defende os responsáveis pela igreja, disse saber da decisão, mas que vai esperar a publicação da sentença para avaliar as medidas a serem adotadas. "Estou chocada com a decisão".

Fonte: Gazeta Online

Oi? Vaca louca?

2 de mai. de 2011

Ganhei nova fé

Ricardo Gondim

Recebo muitos pedidos para que volte e ser o "Ricardo de antigamente". Impossível voltar ao passado e mais impossível ainda, vestir os andrajos que o tempo corroeu. Muitas coisas perderam ímpeto dentro de mim. Hoje, algumas afirmações se esvaziam antes mesmo de alcançarem meu coração. Certas concepções já não fazem sentido quando organizo a minha existência.

Ganhei nova fé.  Não acredito mais na fé como força dirigida a Deus que o induz a agir. Entendo a verdadeira fé como coragem para enfrentar a existência com os valores de Jesus de Nazaré.  Fé significa que a verdade vivida e revelada por Cristo basta para que eu encare as contingências do mundo sem desumanizar-me. Minha fé não pretende movimentar o Divino, mas ser pedra de arranque onde impulsiono a caminhada na deslumbrante (e perigosa) aventura de viver.

Já não espero que uma relação com Deus me blinde de percalços. Não acredito, e nem quero, Deus me revestindo com uma armadura impenetrável. Considero um despautério prometer, em meio a tanto sofrimento, que os obedientes e puros passarão pela existência incólumes, sem sofrerem doenças, acidentes, violência.

Ganhei nova fé e considero leviano afirmar que ao orar, mulheres pouparão os filhos de se envolverem com drogas, promiscuidade e outros males. Por que Deus ficaria de mãos atadas ou indiferente diante das opções, muitas vezes atrapalhadas, de rapazes e moças? Seria justo afirmar que se os pais não vigiarem, Deus permitirá a perdição eterna dos filhos? Como Deus induz alguém a se arrepender? Ele força e arrasta, em resposta ao pedido dos pais? Não seria mais responsável ensinar que a "salvação" dos filhos não depende tanto de uma intervenção divina, mas do exemplo dos pais?

Tanto na Bíblia hebraica, o Antigo Testamento, como no ministério terreno de Jesus, há relatos de que Deus se recusa a manipular e coagir para trazer qualquer pessoa para si. Deus é amor. Quem ama se faz vulnerável ao abandono. Um exemplo clássico vem do profeta Oséias que encarnou repudio semelhante ao de Iahvé.

Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei o meu filho. Mas, quanto mais eu o chamava mais eles se afastavam de mim (11.1).

No Evangelho de Lucas, Jesus lamentou sobre a cidade de Jerusalém que, além de repetir o antigo hábito de perseguir os profetas, agora o rejeitava:

Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram! (13.34).

Ganhei nova fé e deixei de acreditar que os que cumprem ritos religiosos vivem um céu de brigadeiro. Não imagino que, ao obedecer corretamente os mandamentos, o mar da vida pare de ser arriscado.

Ganhei uma fé que não precisa orar de olhos fechados, debulhar terços em rezas, pedir ajoelhado, fazer campanhas, interceder ferozmente em vigílias e clamar aos gritos. Sei que o paganismo rodopia nessa lógica, mas agora entendo que Cristo a negou. As vãs repetições acabam expressando a voracidade de uma espiritualidade que contempla ganhar o que outros mortais não conseguiram. Considero esse tipo de devoção puro clientelismo. Murros em ponta de faca, que misturam ilusão com uma esperança bem parecida com os anseios da tartaruga que sonha com as alturas, mas é obrigada a respirar o pó da estrada.

Ganhei uma fé com demandas éticas. Não seria indigno um cristão pedir que Deus lhe ajude a passar em concurso público? Sim, esse tipo de oportunismo em nome de Deus é aberração ética. Em uma enconomia como a latino americana que gera excluídos, não cabe rogar que “o Senhor abra uma porta de emprego”. Não faz sentido conceber que o Todo Poderoso esteja, não se sabe por quais critérios, a recolocar seus eleitos no mercado de trabalho. Ganhei uma fé que luta por mais justiça nos chamados países emergentes, com bolsões miseráveis, onde bilhões sobrevivem com menos de 1 dólar por dia.

Já me indispus com grandes segmentos religiosos. Noto, sim, as idealizações de um movimento que deseja ser tratado como o próprio reino de Deus. Inundado de insinuações de que estou em crise, crisolo, mudo de pele, revisto-me de maturidade. Repito o padrão paulino: "deixo as coisas de menino". Sei que muitos jargões piedosos cumprem o papel ideológico de afastar as pessoas da realidade empurrando-as para o delírio religioso. Mas nesse caso religião e ópio são iguais.

Soli Deo Gloria

Fonte: Site do autor.

Há 10 anos, quando decidi voltar a congregar em uma comunidade de fé, após também 10 anos fora do arraial religioso, comecei a querer entender um pouco mais sobre minha fé. Entendê-la, explicá-la. Desencorajado por muitos, ainda assim fui procurar algumas respostas na teologia, matriculei-me em um seminário, onde fiz graduação e uma especialização. De lá, onde tive o prazer de ouvir o Ricardo Gondim ao vivo, numa sequência de várias ótimas palestras, trago um valioso ensinamento: deixar de procurar respostas e aprender a fazer novas perguntas. Sigo nesta caminhada empolgante, tentando e buscando novas perguntas para viver uma nova fé. Nesta aventura, conto com ótimos mentores, um espaço de reflexão e discussão na internet e com amigos próximos e distantes (que alguns chamam de reais e virtuais).

Descubra de onde vêm as fotos dos wallpapers do Windows

 

Você sabe de onde vêm as fotos usadas nos papéis de parede do Windows? Essa foto clássica do Windows XP foi tirada há mais de 10 anos, em 1996, pelo fotógrafo profissional Charles O'Rear, em um campo na região de Napa Valley, na Califórnia. O preço pago pela Microsoft não foi divulgado, porém estima-se que foi uma grande quantia.

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Atualmente, o campo registrado na foto não existe mais, já que a região está coberta por parreirais.

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Fonte: Terra Tecnologia. Para ver outras 18 imagens, clique aqui.