22 de mai. de 2010

Um Deus cheio de graça

Deus, em sua primeira aliança, elegeu um povo para firmá-la, com objetivo de formar uma nação. Isso criou neste povo um sentimento de exclusivismo, de superioridade cultural, religiosa, política, ou seja, excluía os demais povos, os diferentes, as minorias. A manutenção deste modelo se dava pelo alimento (maná) que gerou o materialismo, apego às coisas materiais, posses. E a relação com Deus se dava através da visão, da estética (vide detalhes luxuosos do templo, dos rituais sacrificiais, das roupas sacerdotais). Toda essa objetividade acabou gerando controle.

As coisas mudaram na nova aliança, que é permeada pelo sentimento de inclusivismo, criando um espaço de acolhimento. A manutenção deste modelo se dá por outro tipo de pão, o espiritual, mostrando o desapego às coisas materiais. A relação com Deus agora se dá pela audição (… E como crerão naquele de quem não ouviram falar?… Romanos 10.14) , pela sensibilidade,  pela fé, pela obediência e pelo relacionamento. Deus não quer mais uma nação e sim uma Igreja, uma comunidade onde todos são bem-vindos e recebidos, onde tudo é compartilhado para o bem de todos.

Na antiga aliança, os israelitas instituíram festas para cada etapa (fato importante) da construção da nação: para o primeiro, a saída do Egito, eles instituíram a  festa da Páscoa, para lembrar e ensinar às novas gerações sobre a libertação da escravidão. Outro fato importante foi a travessia do Mar Vermelho, durante a peregrinação no deserto e para tal lembrança foi instituída a Festa do Tabernáculo. Um terceiro fato importante foi a posse da Terra Prometida e a festa para essa fase é a de Pentecostes. 

Semelhantemente, temos três fatos característicos na nova aliança: o arrependimento, convocação pessoal e individual (e não mais da nação), a fé e a confiança em Cristo (é por ele que temos acesso ao Pai e nele devemos permanecer) e a missão e o compromisso de compartilhar essa boa nova para outros. É notório que precisamos aprender mais sobre como viver sobre esta nova perspectiva de vida e também ensinar as próximas gerações toda a magnitude da quebra de paradigma da cruz e, por isso, creio que deveríamos também instituir festas para cada uma destas fases. Enquanto crentes, cremos muito pouco no poder de uma boa comemoração! Devemos celebrar a (nova) vida, a liberdade, a salvação, a alegria de pertencer e servir a Cristo.

Isso parece loucura? Sim, é: Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus (I Coríntios 1:18). Afinal, nosso Deus é festeiro e cheio de graça!

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