22 de jan. de 2017

A Louca da Casa


Kit de outubro/2016 da TAG: livro, revista literária e brinde.
Quando recebi "A Louca da Casa" de Rosa Montero (o livro veio na minha primeira caixinha da TAG Livros, um clube de assinatura literário), fiquei curioso para saber sobre o que a obra tratava. Diferente do que eu esperava, descobri que o texto faz uma "ode" aos livros, à literatura! A autora diz que "escrever sobre o ofício de escrever é uma espécie de mania obsessiva dos romancistas profissionais". Em resumo, trata-se um primor metaliterário, ou seja, a literatura está no centro temático do livro.

De uma forma leve, bem-humorada e romanceada, Rosa aborda sua paixão pelas palavras. Misturando fatos de sua vida pessoal (reais, aumentados ou inventados, não saberemos) e também curiosidades, elogios e críticas a respeito de grandes autores e obras bastante conhecidas (fruto de uma apurada pesquisa, portanto, passível de verificações), ela discorre sobre o ofício de escrever, em uma linha quase que indivisível entre realidade e imaginação.

Rosa lança uma reflexão muito interessante quando escreveu que "nossa identidade reside na memória, no relato de nossa biografia. Portanto, poderíamos deduzir que os seres humanos são, acima de tudo, romancistas, autores de um romance único cuja escrita dura toda a existência e no qual assumimos o papel de protagonistas. É uma escrita, naturalmente, sem texto físico, mas qualquer narrador profissional sabe que se escreve sobretudo dentro da cabeça. É um runrum criativo que nos acompanha enquanto estamos dirigindo, ou levando o cachorro para passear, ou na cama tentando dormir. A gente escreve o tempo todo". Já se pegou imaginando como seria um livro com a história da sua vida?

Em determinado momento da leitura, me peguei rindo muito quando a autora narra "uma intervenção engraçadíssima e memorável da escritora argentina Graciela Cabal: veio dizer que um leitor tem uma vida muito mais longa que as outras pessoas, porque nunca morre antes de acabar o livro que está lendo". Depois de relatar "uma experiência com seu pai que sempre pedia um livro mais grosso depois de receber a visita médica em seu quarto no hospital", Graciela continua: "É que a morte também é leitora, por isso, recomendo ter sempre algum livro na mão, porque, assim, quando a morte chega e vê o livro, se espicha toda para ver o que você está lendo, como eu faço no ônibus e, então, se distrai".

Nesse momento da leitura, eu comecei a rir sozinho, coincidentemente, dentro de um ônibus! Primeiro, porque sempre tenho um livro comigo e, depois, porque também sempre me espicho para checar e tentar ler um trecho dos livros que as pessoas estão lendo nos ônibus ou locais públicos. É inevitável! E você? Tem carregado algum livro consigo? 

Preparado para descobrir quem é a louca da casa?

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