31 de jul. de 2008

Velhas idéias, novas táticas

Como os criacionistas estão ganhando espaço

O criacionismo questiona a teoria da evolução das espécies de Darwin e diz que o homem foi criado por Deus como está escrito na Bíblia, no primeiro capítulo do Gênesis. É uma corrente particularmente forte nos Estados Unidos. Como é uma crença religiosa, e não ciência, não pode ser ensinado como tal nas escolas. Até agora. O governo republicano do estado da Louisiana acaba de aprovar seu ensino nos colégios de segundo grau. Os criacionistas conseguiram essa vitória com um argumento caro aos progressistas: a liberdade acadêmica, diz a New Scientist. O argumento dos criacionistas é de que a evolução é um tema aberto, polêmico e em discussão, assim como o aquecimento global e a clonagem. Eles nem sequer usam mais o termo criacionismo, para evitar rejeição a uma idéia com cheiro de naftalina, e sim "design inteligente", o conceito de que a vida é muito complexa para ser explicada sem um agente sobrenatural. Essa mesma tática havia sido aplicada, sem sucesso, nos estados da Flórida, Missouri, Carolina do Sul e Alabama. Deu certo na Louisiana. Para os criacionistas, o ensino nas escolas é estratégico para difundir seus conceitos religiosos. O argumento dos criacionistas não resiste a revisão de conceito. Pela definição da Associação Americana de Professores Universitários, liberdade acadêmica se refere à autorização de pesquisa e publicação. Mas nas universidades, e não no ensino médio. "No colégio ensina-se a ciência estabelecida", explica Josh Rosenau, diretor da associação.

Fonte: Revista da Semana

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